domingo, 23 de junho de 2013

Mulan, a Heroína da China

Estudando sobre Princesas Disney e sua evolução contínua juntamente com a evolução do papel da mulher na sociedade de minha colega, Laura, fiquei encantada com o que ela escreveu sobre Mulan.
Apenas para contextualizar, Mulan é uma das minhas Princesas preferidas e me indigna quem diga que Mulan não é digna de ser chama Princesa por não usar vestidos, coroa ou ser meiga e delicada. Pois bem, digo que estas pessoas estão completamente ultrapassadas no que diz respeito ao papel da mulher como guerreira e ao papel dos contos de acompanhar estas mudanças.
Segue o trecho:

As inovações continuam e na virada do século o mundo estava conhecendo a primeira princesa guerreira, que quase não vestia vestido e sim empunhava uma afiada espada para defender seu pai, seu povo e sua dignidade. A história em questão é de |Mulan, uma jovem chinesa que vive em 450 d.C. e tem o rumo de sua vida modificado, cujo estava sendo preparado para torna-la uma esposa ideal e quando de repente a torna uma guerreira secreta, quando um exército inimigo invade o Império a que pertence e o Imperador convoca um homem de cada família para guerrilhar. Muito doente, o pai de Mulan jamais voltaria vivo desta missão, e sem pensar duas vezes, a corajosa jovem parte para a guerra em seu lugar. Corta seus cabelos, veste uma pesada armadura e esconde sua real identidade, ajudando seu povo a derrotar o império inimigo e se consagrando como grande guerreira. Sem sombra de dúvidas este conto é o que melhor ilustra a análise desta pesquisa, pois apresenta fatos históricos de como a mulher era entendida em determinada sociedade e, lançado em uma época considerada moderna por sua grande evolução em todos os aspectos, apresenta um desfecho no mínimo necessário, com a racionalidade e a justiça superando costumes mal pensados. A história, cuja abordagem é fortemente cultural e consequentemente machista (em se tratando da China no ano 450 d.C.) decorre entre brigas, desavenças e julgamentos calcados nos costumes machistas da sociedade mais patriarcalista da história, a China antiga, que entendia as mulheres como apenas esposas, sendo treinadas desde jovens para cumprir com excelência este papel, inclusive vemos durante o filme, Mulan tentando ser ensinada e chegando ao ponto de desapontar sua família por não conseguir agir de maneira delicada e meiga. Para a sociedade moderna que assistia ao filme, nada mais controverso e dissimulado que os costumes apresentados no conto, os quais não cabiam e não faziam sentido em plena entrada do século XX, marcado por avanços, tanto tecnológicos como sociais, e após tanta luta, as mulheres estavam por fim vivendo seu momento de glória e igualando-se aos homens. Aqui, a mulher começa a ser entendida como de fato mulher, não apenas como mãe e esposa, mas esta palavra, que demorou tanto tempo para encaixar-se com seu real significado, agora quer dizer sexo feminimo, força, feminilidade, dedicação e amor. Nos anos 2000 o gênero feminino conquista seu espaço no mercado de trabalho e compete no mesmo nível que os homens, convivendo no mesmo patamar e irreverentemente se diferenciando por exercer muitas funções dentro do papel de mulher. Esposa sim, mãe dedicada também, mas não apenas isso, agora falamos de amantes, trabalhadoras, intelectuais, personalidades, líderes e mentes brilhantes. Posto alcançado com merecimento e muito suor de uma batalha que exigiu muito barulho para que enfim fosse vencida, e Mulan, julgada irracionalmente tentando proteger seu pai, apresenta um desfecho que termina por aliviar os inquietos espectadores, e as pequenas meninas que recebem a mensagem de que estes costumes existiram, por vezes ainda existem, e devem ser respeitados como cultura, mas trabalhados em relação à racionalidade dos atos. Esta segunda fase caracteriza-se por suas personagens desenvolverem uma personalidade antes não vista, pois buscavam uma liberdade de espírito para serem e sentirem o que queriam e não o que devia segundo os antigos costumes.

Texto escrito por minha querida colega, Laura Cunha.
Todos os créditos a ela.

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