domingo, 29 de setembro de 2013

Essa coisa toda de Começo

Ouço as coisas que me falas. Leio as coisas que me escreves. Vejo o jeito com que me olhas. Sinto a forma com que me abraças. Percebo tudo, mas prefiro não dizer nada. Para quê anunciar algo tão lindo que a palavra nem consegue traduzir? Não é preciso dizer, apenas sentir. Não é preciso denunciar, apenas apreciar. Afinal isso passa com o tempo, mas eu tenho uma gotinha de esperança de que não passe. Esse arrepio bobo. Esse roçar de braços. Essa sensação boa de pegar de leve na mão, sem entrelaçar. Ainda é muito cedo. Esse sentimento bom de se olhar no olho. De apertar as bochechas. De alisar o cabelo. De ficar em silêncio pra não estragar nada com palavras desnecessárias. Essa coisa toda de querer fazer contato. De achar um jeito de sentar do ladinho, pertinho que os braços se encostem como se ninguém sentisse nada. Essa coisa toda de não dizer nada sobre isso tudo. Essa brincadeira engraçada de dar tchau com beijo no rosto quando se quer dar uma amasso. Mas é muito cedo. Ainda. Mas é deliciosa essa parte. Tomara que não passe.
Mesmo depois das mãos andarem entrelaçadas e das bocas andarem coladas. Uma na outra. E no corpo todo.

Soneto do Tempo

Com o tempo a gente entende
que só o tempo faz com que
aqueles tempos se percam
no tempo que passamos juntos.

O tempo passa e as coisas nem sempre mudam
tanto quanto gostaríamos.
Nem sempre as coisas trocam de lugar
como deveriam.

Mas o tempo leva
e o tempo trás
coisas boas
e coisas más.

O tempo ajuda a andar pra frente
e o tempo ajuda a não olhar pra trás.
O tempo seca a ferida aberta,
mas o tempo não diminui a cicatriz.

Obrigada, tempo.
Sei que tens tentado
me mostrar vários caminhos novos
com inúmeras pessoas boas.

Sei tens me arrastado pra frente como vento forte,
embaraçando meus cabelos
e não me deixando juntar as coisas
que se perderam pelo caminho.

Sei que tens tirado
muito de mim,
mas sei que tens me dado
muito mais em troca.

Obrigada, tempo
por me ajudar a me dar
o meu próprio tempo
para que eu consiga cuidar de mim.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

O buraco


Estou sendo puxada de novo por aquele redemoinho gigantesco que me enterra naquele buraco escuro.
Conheço ambos. E não gosto nem um pouco dos dois.
Não quero voltar. Não! Mas eles são muito fortes. Eu tenho que ser mais do que eles.
Tenho que ser forte e corajosa, mas é muito difícil. Quando é quase inaceitável pelas condições atuais.
Uma saudade velada. Muitas palavras no ar. Não consigo parar de pensar no que deve se passar pela cabeça dele.
Será que é o mesmo que a minha? Ou será que sente o que tem demonstrado?
Frieza. Indiferença. Esquecimento.
Dói muito pensar que ambas alternativas não nos levam a um bom lugar. A lugar algum na verdade.
Não nos levam a ficar juntos. E nem a me ajudar a lutar conta o redemoinho. E o buraco.


terça-feira, 17 de setembro de 2013

Manjando na manobra

Entro no estacionamento da ESPM várias vezes por semana e vejo todos aqueles carros estacionados. A maioria estaciona de ré que daí já fica na mão na hora de sair. Eu acho isso uma arte e sempre fiquei me perguntando como eles faziam. Até então eu não tinha visto ninguém estacionando ali desse jeito. Para mim era algo até meio místico e tal.
Ontem entrei no prédio-garagem atrás de um ká chumbo, ele viu uma vaga e fez a tal manobrinha de estacionar de ré com maestria. Eu entendi a manobra, mas ainda não tentei fazer - e nem sei se tentarei tão cedo.
Ok! O GIF tá exagerado pra história contada,
mas vale o feeling.
Engraçado que a única coisa que pensei quando vi a cena foi:
"Bah! O cara manja dos paranauê!"

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Cada dia

E cada dia mais.
E cada dia menos.
E cada dia um pouco.
E cada dia um tanto.

Um pouco mais de um pouco menos.
Um pouco menos de um pouco mais.
Um pouco de tanto pouco.
Um tanto de pouco tanto.

Assim mais menos é mais.
Assim menos mais é menos.
Assim pouco tanto é pouco.
Assim tanto pouco é muito.

Algumas coisas nunca mudam

É claro que com o tempo e com muitas batidas de cabeça eu finalmente entendi: algumas coisas nunca mudam. Algumas pessoas também não.
Difícil entender como pode haver tamanha indiferença com a perfectibilidade.
O ser humano é perfectível e isso é o que nos torna realmente seres humanos. Nenhum outro animal é capaz de melhorar a si mesmo cada dia que passa. Nenhum, além de nós.
E, mesmo assim, tem muita gente sem a mínima vontade de fazer uma gota de diferença na sua vida, na vida do outro, no mundo.
É assustador viver em um mundo onde há tanta gente sem vontade de melhorar para conviver melhor, para ser melhor, para ser mais feliz, para alcançar objetivos, para traça-los.
A preguiça é tanta que as pessoas se acomodam em sua linda zona de conforto e atrasam a ordem no universo.
Mas tudo bem, as pessoas pensam diferente uma das outras.
Eu penso que o mundo é de quem faz.

Então, parafraseando com Inês Brasil: vam'bora fazendo!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Hino em Louvor à Vida

Essa música já me ensinou muitas coisas mesmo quando eu ainda nem sabia quem a cantava. Minha história com ela é quase de amor e perseguição. E hoje ela diz tudo o que a vida representa pra mim.
É meu hino em louvor à Vida.


Querida Amiga,


Estou escrevendo para lhe dizer que entendo completamente a maneira com que se sente hoje. Entendo teu momento e teu luto como nunca entendi nenhuma outra situação parecida com nenhuma outra pessoa. Entendo tanto o teu sentimento e o teu choro que resolvi te escrever. Resolvi isso por que sei o quanto dói nos sentirmos abandonados por quem mais amamos. Mas, querida amiga, tu não é a única e não se sentirá assim para sempre. A rejeição é, provavelmente, o pior sentimento do mundo, mas como qualquer outro sentimento, ele passa. Sim, todos os sentimento passam por nós e vão embora, tu sabe disso tanto quanto eu sei. Estou lhe escrevendo para ver se acalento um pouco essa tua dor amarga de tão doída, pois não quero te ver assim. Não chore, não pragueje e, acima de tudo, não se arrependa. O que fazemos é por que o coração manda e devemos encarar as consequências com força e cabeça erguida.
Estou escrevendo para te dizer também que há um mundo inteiro de oportunidades para todos nós e tu sabes melhor do que eu que as coisas vão e voltam e se tornam melhores. O mundo dá voltas, amiga, não se preocupe. Escrevo por que sei que acha lindo quando, ao invés de palavras faladas, eu uso palavras escritas. Escrevo por que és uma das pessoas mais incríveis que conheço e realmente acredito que teus próximos passos serão apenas de sorrisos largos e coração alegre. Amiga, não fique triste pelos tropeços da vida, eu e tuas outras amigas estamos aqui para limpar tuas feridas, enfaixa-las bem apertadas para que não doam até curarem, te darmos apoio até voltares a caminhar e, daqui uns dias, corrermos contigo de novo. Por que é isso que as amigas fazem. Não se preocupe, queria amiga, essas coisas fazem parte da vida.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Dia sem Fim

Venha, amor. Vamos perseguir o sol. Vamos persegui-lo até não haver mais escuridão nessa vida, apenas dias e luz. Venha, amor, pro lado ensolarado, iluminado da vida, amor. Venha para o canto bom do ser. Venha para o caminho certo, de tijolos amarelos. Venha, amor, perseguir o sol, a luz, o farol, a cor. Venha correr atrás do sonho, sem dormir, amor. Venha não apenas sonhar, venha realizar. Tudo junto, amor. Venha. De mãos dadas e almas amarradas correndo interminantemente em direção à luz. Já vimos muita treva, amor, chega de amargura. Agora é só luz, sol e paz. Venha, amor, perseguir o sol até o final dos nossos dias, correndo. Se os pés doerem, não se preocupe, amor, o mar cura. Apenas vamos perseguir o sol, para que o dia nunca tenha fim.