Apenas para contextualizar, Mulan é uma das minhas Princesas preferidas e me indigna quem diga que Mulan não é digna de ser chama Princesa por não usar vestidos, coroa ou ser meiga e delicada. Pois bem, digo que estas pessoas estão completamente ultrapassadas no que diz respeito ao papel da mulher como guerreira e ao papel dos contos de acompanhar estas mudanças.
Segue o trecho:
As
inovações continuam e na virada do século o mundo estava conhecendo a primeira
princesa guerreira, que quase não vestia vestido e sim empunhava uma afiada
espada para defender seu pai, seu povo e sua dignidade. A história em questão é
de |Mulan, uma jovem chinesa que vive em 450 d.C. e tem o rumo de sua vida
modificado, cujo estava sendo preparado para torna-la uma esposa ideal e quando
de repente a torna uma guerreira secreta, quando um exército inimigo invade o
Império a que pertence e o Imperador convoca um homem de cada família para
guerrilhar. Muito doente, o pai de Mulan jamais voltaria vivo desta missão, e
sem pensar duas vezes, a corajosa jovem parte para a guerra em seu lugar. Corta
seus cabelos, veste uma pesada armadura e esconde sua real identidade, ajudando
seu povo a derrotar o império inimigo e se consagrando como grande guerreira.
Sem sombra de dúvidas este conto é o que melhor ilustra a análise desta
pesquisa, pois apresenta fatos históricos de como a mulher era entendida em
determinada sociedade e, lançado em uma época considerada moderna por sua
grande evolução em todos os aspectos, apresenta um desfecho no mínimo
necessário, com a racionalidade e a justiça superando costumes mal pensados. A
história, cuja abordagem é fortemente cultural e consequentemente machista (em
se tratando da China no ano 450 d.C.) decorre entre brigas, desavenças e
julgamentos calcados nos costumes machistas da sociedade mais patriarcalista da
história, a China antiga, que entendia as mulheres como apenas esposas, sendo treinadas
desde jovens para cumprir com excelência este papel, inclusive vemos durante o
filme, Mulan tentando ser ensinada e chegando ao ponto de desapontar sua
família por não conseguir agir de maneira delicada e meiga. Para a sociedade
moderna que assistia ao filme, nada mais controverso e dissimulado que os
costumes apresentados no conto, os quais não cabiam e não faziam sentido em
plena entrada do século XX, marcado por avanços, tanto tecnológicos como
sociais, e após tanta luta, as mulheres estavam por fim vivendo seu momento de
glória e igualando-se aos homens. Aqui, a mulher começa a ser entendida como de
fato mulher, não apenas como mãe e esposa, mas esta palavra, que demorou tanto
tempo para encaixar-se com seu real significado, agora quer dizer sexo
feminimo, força, feminilidade, dedicação e amor. Nos anos 2000 o gênero
feminino conquista seu espaço no mercado de trabalho e compete no mesmo nível
que os homens, convivendo no mesmo patamar e irreverentemente se diferenciando
por exercer muitas funções dentro do papel de mulher. Esposa sim, mãe dedicada
também, mas não apenas isso, agora falamos de amantes, trabalhadoras,
intelectuais, personalidades, líderes e mentes brilhantes. Posto alcançado com
merecimento e muito suor de uma batalha que exigiu muito barulho para que enfim
fosse vencida, e Mulan, julgada irracionalmente tentando proteger seu pai,
apresenta um desfecho que termina por aliviar os inquietos espectadores, e as
pequenas meninas que recebem a mensagem de que estes costumes existiram, por
vezes ainda existem, e devem ser respeitados como cultura, mas trabalhados em
relação à racionalidade dos atos. Esta segunda fase caracteriza-se por suas
personagens desenvolverem uma personalidade antes não vista, pois buscavam uma
liberdade de espírito para serem e sentirem o que queriam e não o que devia
segundo os antigos costumes.
Texto escrito por minha querida colega, Laura Cunha.
Todos os créditos a ela.
Texto escrito por minha querida colega, Laura Cunha.
Todos os créditos a ela.
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