Há uma semana, meu professor de Filosofia pediu para que em nossa turma levantassem a mão as pessoas que defendiam a ideologia de esquerda e depois os de direita. A contagem foi cerca de 3 mãos para esquerda e cerca de 6 para direita, o resto, ou seja, 20 pessoas não levantaram as mãos, ou por que não sabiam do que se tratava ser de direita ou de esquerda, ou por que não haviam definido isso ainda(mesmo com 17 ou 18 anos e com uma formação e informação almejáveis).
Falo aqui de uma faculdade em que somente pessoas que conseguem bolsa, ou tem pais ricos, ou os pais lutam para dar melhor educação ao filho(meu caso) estudam. Mesmo assim, levantei a mão em prol dos de esquerda, eu sou centro-esquerda, mas ele não nos deu esta opção.
Ao final da aula, pelos corredores e rodinhas de conversa, escutei um certo comentário em especial: alguém que estuda na ESPM não deveria ter pensamento esquerdista, pois esta faculdade é cara na qual a maioria dos alunos possui iphones, ipads, macbooks, roupas caras e de luxo e etc. Quem é de esquerda deveria estudar na UFRGS então.Em um primeiro momento, refletindo sobre este comentário e remetendo a mim que havia levantado a mão, me senti paradoxa e hipócrita.
Não havia mais pensado nisso, até estudar hoje para a prova deste meu mesmo professor de Filosofia e li o seguinte trecho que me esclareceu tudo:
Como demonstrou claramente Tony Blair, ser esquerda hoje não é defender a revolução proletária marxista, mas tampouco a estatização da economia e a centralização do poder, ser de esquerda é uma questão de postura ética, é defender os valores da solidariedade e do espírito de comunidade e participação. Em outras palavras, é ser a favor da democracia participativa, de uma nação cooperativa, da justiça social e das políticas de inclusão, priorizando o trabalho sobre o capital.
Como demonstrou claramente Tony Blair, ser esquerda hoje não é defender a revolução proletária marxista, mas tampouco a estatização da economia e a centralização do poder, ser de esquerda é uma questão de postura ética, é defender os valores da solidariedade e do espírito de comunidade e participação. Em outras palavras, é ser a favor da democracia participativa, de uma nação cooperativa, da justiça social e das políticas de inclusão, priorizando o trabalho sobre o capital.
Não sei se preciso falar muito depois deste trecho. Era tudo o que eu precisava entender, realmente ser de esquerda não exclui necessariamente usufruir dos benefícios e condições que se tem, mas sim se importar e, mais do que isso, AJUDAR os que não possuem as mesmas facilidades.
Sem mais este peso em minhas costas, encerro meus estudos por hoje e vou dormir por que amanhã o dia não será fácil, mesmo que muitos dentro da sociedade achem que é.
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